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sábado, 14 de abril de 2012
CULTURA PARAENSE SEM INCENTIVO
O tucupi e outros produtos à base de mandioca colocados à venda nos estabelecimentos comerciais não têm garantia de qualidade como dizem os rótulos. A constatação é do Ministério Público Estadual (MPE), que chamará os representantes do setor para conversar na próxima semana. Primeiro, será proposta a regularização e quem não se adequar terá que retirar a mercadoria das prateleiras.
A situação da comercialização de produtos à base de mandioca está sendo acompanhada pelo promotor Marco Aurélio Nascimento. Estão sob sua lupa o tucupi, a farinha comum, a farinha de tapioca, a goma e a maniva utilizada no preparo da maniçoba.
Segundo ele, nenhum dos produtos vendidos, hoje, têm garantia de higiene ou valor nutricional. Aqueles embalados por pequenas indústrias e até rotulados estão em situação pior porque aparentam ter passado por processo de produção seguro, mas isso não é garantido porque não há aferição dos órgãos sanitários.
A produção deveria ser certificada pelo Ministério da Agricultura e pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), através do Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Eles atestariam a existência de responsável técnico, da utilização de substâncias químicas na quantidade permitida e da produção em ambiente limpo.
"O que está havendo é o prejuízo para o consumidor. O rótulo induz o consumidor ao erro. É falso porque não foi feita nenhuma classificação - farinha tipo um porque é grossa... -, não teve técnico que dissesse o conteúdo nutricional. É tudo chute", afirma o promotor.
Marco Aurélio afirma que apenas uma pequena indústria, localizada em Icoaraci, segue os padrões técnicos. Por isso, chamará todas as outras para a primeira reunião, na próxima semana. O objetivo é iniciar a regularização desse grupo e, depois, partir para a venda feita nas feiras.
A reunião também deve contar com a participação dos órgãos federais e estaduais e das instituições bancárias financiadoras da produção de alimentos. Na avaliação do promotor, falta interação e ela é fundamental para a melhoria do setor porque muitas vezes são incentivadas expansões de negócios sem que se garanta as condições técnicas para isso.
Marco Aurélio citou o caso do incentivo à introdução de cardápio regional na merenda escolar. No Pará, o açaí foi anunciado como um dos produtos a serem incorporados, mas o MPE impediu porque constatou que o pasteurizado ainda não tem aceitação entre os paraenses e as condições de produção do original não dão segurança aos consumidores.
"O MEC está obrigando as escolas municipais a adotarem merenda escolar regional, mas de quem vão comprar? Vão comprar de qualquer um? O caso do açaí, por exemplo. O mercado local ainda não está preparado", comenta.
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